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"É que eu retenho líquidos..." |
Diferenciando as nomenclaturas
A nomenclatura das coisas é uma
das confusões mais comuns que eu vejo em quem está iniciando no mundo do
fitness. Na academia, ouço o tempo todo coisas como “quero ganhar massa”,
“quero perder peso” e ainda algumas vezes “quero perder gordura da barriga e
ganhar massa na perna” e fico me perguntando se essas pessoas realmente sabem o
que querem. Hehe
Em primeiro lugar, vamos combinar
o seguinte: "Massa" é diferente de "massa muscular". Conceituando de forma breve, massa
é a quantidade de matéria do nosso corpo (medida em gramas, quilos, libras
etc). Ela, por sua vez, se divide em massa magra e massa gorda (é claro que essa
divisão é válida para o nosso contexto, né? Hehe). A massa gorda é... Gordura.
A massa magra se divide no que não é gordura (água, ossos, tecidos – incluindo
massa muscular). Não existe “massa muscular gorda” (termo que, inclusive, já
ouvi, rs).
A confusão que as pessoas fazem,
entretanto, é compreensível: Alguém que aumentou, por exemplo, a circunferência
dos braços, pode parecer mais forte do que antes (dando a entender que ganhou
massa muscular). No entanto, isso não é necessariamente verdade. Esse aumento
pode ter sido causado, por exemplo, por uma retenção de líquidos (que seria,
nesse caso, um aumento de massa magra, mas não de massa muscular) ou por um
aumento no percentual de gordura (ou seja, um acúmulo de massa gorda –
novamente sem ganho de massa muscular). Se você analisar o corpo de alguém
extremamente obeso que foi sedentário a vida toda, vai perceber que
provavelmente ele (a) terá braços e pernas grossos, o que nós agora sabemos que
provavelmente não significa uma grande quantidade de massa muscular.
Para alcançar um físico bonito
aos padrões “fitness”, o importante é que você busque eliminar massa gorda e
ganhar massa muscular. Note: não é massa magra como um todo. A retenção de
líquidos, que pode dar a ilusão de aumento de massa muscular, é um aumento de
massa magra extremamente variável (vem rápido e vai rápido) e, as vezes, não é
esteticamente aprazível. Veja: uma barriga “de tanquinho”, por exemplo, na
maioria das vezes só aparece quando se está pouco retido. Pense na última vez
que você se entupiu de sódio e como acordou “inchado” no outro dia, parecendo
que tinha engordado um monte numa noite. Provavelmente esse efeito foi causado
apenas pela retenção de líquidos e a massa adicional foi “dispensada” depois de
poucos dias. Lembra daquela dieta milagrosa de capa de revista onde era possível
perder 3kg em dois dias? Agora você sabe que quase a totalidade desse peso
seria perdida em forma de líquidos. Desculpem-me se estraguei sonhos, foi mal.
Hehe.
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Benedikt Magnusson, um dos maiores powerlifters da história. Massa muscular não falta aí... |
Dessa forma dá pra entender que “ganhar
peso” não necessariamente significa ficar mais forte (nem mais gordo) e “perder
peso” não necessariamente significa emagrecer. Para emagrecer, o processo é um
pouco mais lento (não tão lento, calma, hehehe).
Entendendo o processo
Vamos pensar no nosso corpo como
uma conta corrente onde há depósitos e saques diários (analogia roubada de Ney
Felipe Fernandes do Nutrição Avançada): se você deposita mais do que gasta, você vai acumulando dinheiro na conta, certo? Com o passar do tempo
aquele montante vai crescendo e crescendo. Se, por outro lado, você gasta mais
do que deposita, seu montante vai diminuindo aos poucos até ir pro vermelho. Nosso
corpo funciona de maneira parecida. Se depositarmos mais energia do que
gastamos (energia aqui pode ser entendida como caloria), estaremos de pouco em
pouco acumulando energia num montante que vai crescendo e crescendo (em forma
de gordura e/ou massa muscular). Se depositarmos menos energia do que gastamos
(ou seja, ingerirmos menos calorias do que gastamos), nosso montante vai
diminuir aos poucos. O corpo então terá que recorrer às suas reservas de
energia (ao nosso cheque especial hehehe) que podem ser, por exemplo, as reservas de
gordura ou massa muscular.
Fazendo alguns cálculos, podemos
descobrir o quanto estamos gastando de energia e a depender do nosso objetivo descobrir
quantas calorias (e, posteriormente, macronutrientes – proteínas, carboidratos
e gorduras) precisamos ingerir para chegar aonde queremos. É por isso que é
importante saber exatamente o que comemos, é por isso que eu não confio em
dietas que dizem “coma o quanto quiser e emagreça” e é por isso que é possível
emagrecer até mesmo comendo chocolate ou tomando sorvete diariamente se assim
você desejar. Contanto que você gaste mais calorias do que ingere e o saldo da
sua “conta” fique negativo, você vai emagrecer. ;-) Atenção: é também por isso
que é possível engordar comendo frutinhas, queijo cottage e comidas light. Saldo
calórico positivo = Ganho de peso. Saldo calórico negativo = Perda de peso.
Antes que algum radical me
apedreje, não, tomar sorvete todo dia não é necessariamente a estratégia otimizada
para perder gordura e nem é a melhor coisa pra a sua saúde. Mas é possível,
plausível e até mesmo agradável, eu faço isso o tempo todo. Explico isso outra
hora.
Se você ficou com preguiça de ler
tudo:
Ganhar peso não significa ficar
mais forte. Perder peso não significa ficar mais magro. Ganhar peso significa
ingerir mais calorias do que se gasta numa base diária, e perder peso significa
ingerir menos calorias do que se gasta. Os ganhos ou perdas de peso se dividirão
em ganhos ou perdas de massa gorda ou massa magra. É possível emagrecer comendo
chocolate e é possível engordar comendo brócolis. Sua mente explodindo em
3...2...
Para finalizar
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